No que tange a agricultura, o Brasil é o principal fornecedor de alimentos do mundo. E a expectativa é que o mesmo continue tendo um papel decisivo para um futuro próximo de êxito.
Nesse sentido, nota-se a necessidade de visualizar a movimentação recorrente nos empreendimentos agrícolas brasileiros, com o objetivo de compreender os principais desafios dos produtores rurais.
As produções agrícolas em sua maioria, são empreendimento familiares, pertencentes a um, dois ou mais membros de uma família, competindo aos mesmos, a sua administração.
Essa permanência dos produtores ruais nos setores agrícolas, se dá pela necessidade de sustentar as necessidades familiares, como também a do próprio cultivo rural.
Por este motivo, é importante compreender como os produtores rurais realizam a administração de seus empreendimentos, e como a continuidade acontece entre as gerações familiares.
Sendo assim, se torna evidente que mesmo acontecendo a continuidade entre as gerações familiares, superam-se muitos desafios para que isso aconteça.
A grande volatilidade dos mercados de commodities, o alto custo dos insumos para manter o trabalho e alta mecanização dos espaços rurais, são alguns dos principais desafios enfrentados por familiares que atuam no setor rural, os obrigando, muitas vezes, de se deslocarem para os centros urbanos.
Além disso, há uma grande gama de fatores que são concorrentes à dinâmica no que se refere a sucessão destes empreendimentos familiares.
E é por este motivo que iremos abordar no texto de hoje os principais tópicos sobre sucessão familiar rural.
Conceito
Afinal, você sabe o que realmente significa a sucessão familiar?
Para compreender melhor o que norteia o conceito de sucessão familiar, se faz necessário compreender primeiro o que é agricultura familiar.
A agricultura familiar, basicamente se resume ao cultivo de produções agrícolas em terras familiares que utilizam da própria mão de obra familiar.
O que se produz nesses pequenos espaços de terra são destinados ao próprio consumo da família, como também para venda em pequenas feiras locais.
Agora na sucessão familiar, a mesma acontece quando o conhecimento sobre práticas passa-se de geração a geração, dando continuidade à produção naquelas terras familiares.
Entretanto, o cenário da sucessão familiar, é outro. Nos últimos anos, uma das maiores dificuldades no meio rural familiar, é conseguir realizar uma sucessão familiar de êxito.
Realidade na sucessão familiar
A realidade é que as novas gerações não estão interessadas em dar continuidade a produção agrícola familiar, optando por se mudarem para os grandes centros urbanos e trabalharem do que se é proporcionado nesses locais urbanos.
E muitas vezes, as novas gerações não voltam para as áreas rurais familiares, perpetuando assim a não continuação da agricultura familiar.
Com o intuito de reverter esses cenários, novas inciativas começam a acontecer, como por exemplo, os cursos de formação gerencial de sucessores da agricultura familiar.
Além disso, outra iniciativa que busca reverter a não continuidade desses cenários, é o programa de aprendiz cooperativo do campo, que atua capacitando jovens no setor da agricultura para uma atuação neste ramo.
O maior objetivo dessas inciativas é despertar a vontade nos jovens a valorizarem a vida rural, ou seja, no campo. Mais do que isso, mostrar a importância da agricultura familiar nos negócios locais e consequentemente na economia local.
Agora que vimos um pouco mais a respeito do que se trata a sucessão familiar no ramo da agricultura, vamos entender melhor como este processo funciona?
Continue a leitura!
Processo da Sucessão Familiar
A percepção da sucessão familiar como um processo, é fundamental para a sua execução de forma eficaz.
Isso permitirá que se estruture um processo sucessório, dividindo-o em suas respectivas etapas.
Essas etapas começam com a identificação de uma possível pessoa para ser o sucessor, logo após, pela preparação desse sucessor no que tange a gestão e finda-se na transferência da propriedade do referido negócio.
Todas essas etapas condizem com a atual demanda da produção no que se refere ao agronegócio, principalmente no que se refere a operações econômicas de longo prazo.
Dessa forma, é extremamente importante reconhecer que a sucessão familiar é um processo e que contêm etapas a serem seguidas, sendo assim, necessita-se de um planejamento para a então execução.
Uma boa sucessão geracional exige que realizem-se, essencialmente três etapas:
- Mudança da gestão
- Transferência patrimonial
- Divisão dos rendimentos provindos da fazenda
Recomenda-se que desenvolva-se o processo sucessório gradualmente, seguindo todas as etapas de forma ordenada, considerando cada particularidade das famílias, como, ramo da atividade, quantidade de pessoas envolvidas, situação financeira, dentre outras questões passiveis a acontecerem.
Dessa forma, uma das características mais importantes e comum, é a consciência da importância de um processo sucessório quando se está planejando mudar de gestão.
Essa consciência implica que a comunicação entre os membros daquela possível sucessão familiar, desenvolvam uma visão em conjunto no que se refere aos negócios ali pautados.
Ainda a respeito da fase inicial do processo sucessório, é importante considerar nesta etapa, como anda o cenário atual do empreendimento.
Pois o que muito tem se visto atualmente é a crescente demanda com o passar do tempo, desses empreendimentos no setor dos agronegócios.
Dessa forma, entender como anda o cenário atual fará com que o novo gestor entenda até onde poderá ir com aquele negócio, conhecendo seus limites e suas possibilidades.
A execução da Sucessão Familiar
Para facilitar essa a executão, no momento da transferência do negócio para a geração que irá suceder, deve ocorrer um plano estratégico para o referido negócio;
O intuito deste plano estratégico, além do que já foi mencionado, é estabelecer as tendências do empreendimento com o objetivo de preparar a fazenda para atender as possíveis demandas na próxima gestão.
A implementação do plano estratégico será guiada por um “plano de negócios” que delineará as ações a serem tomadas para alcançar o que é considerado um objetivo estratégico.
A expansão dos negócios é outro fator a considerar antes de iniciar um acordo de transferência intergeracional.
Como é o caso das empresas familiares, a maioria das empresas agrícolas é administrada por uma pessoa. As competências, conhecimentos, tempo disponível, idade e motivação desta pessoa – o agricultor – sempre foram fatores condicionantes no crescimento de um negócio.
Então, a possibilidade de envolver os descendentes na gestão e na operação da fazenda, levanta a questão prática de saber se o negócio tem capacidade para sustentar duas famílias – a família do pai quanto a família do filho, ou do outro ente familiar que estará gerindo.
Assim, uma fazenda que tem potencial para ter filhos para começar a trabalhar ao lado das gerações anteriores e assumir os negócios no futuro é uma organização de produção rejuvenescida que muitas vezes não consegue completar o ciclo de negócios que geralmente termina em ruína.
Especialização e diversificação
Por fim, um último fator importante que aqueles que buscam implementar um acordo de transferência intergeracional devem estar atentos, é a possibilidade de combinar especialização e diversificação quando uma nova geração entra no negócio.
Na cadeia produtiva, algumas sinergias podem não ser exploradas devido às limitações de tempo, habilidade e conhecimento.
Entretanto, se um novo membro da família entra em uma empresa com tempo disponível, habilidades e conhecimentos diferenciados e motivação para ampliar o escopo de atuação, com certeza a probabilidade de tudo sair como o planejado, é certeira.
Conclui-se assim que a sucessão familiar é muito importante para o seguimento de novos projetos com negócios já existentes e com gestões familiares.
Conclusão
Historicamente, a agricultura familiar tem sido a principal unidade de produção no meio rural perpetuando assim a sucessão familiar.
Os avanços na tecnologia existentes, permitem maiores retornos de escala e reduções nos custos de insumos para produção. Isso favorece o surgimento de fazendas maiores, gerenciadas à maneira de empreendimentos industriais.
Na verdade, isso é o que tem acontecido em vários países, como Brasil, Argentina e Estados Unidos, repassando assim o legado para as gerações futuras.
Entretanto, vimos que essa não é uma tarefa fácil, exigindo uma dose de sabedoria e alguma intuição diante dos desafios da gestão de negócios rurais.
A responsabilidade atribuída ao agricultor moderno não é outro senão: i) promover a segurança alimentar; ii) Garantir a proteção ambiental iii) Gerar energia e, iv) aumentar a rentabilidade daquela produção agrícola.
Deste modo, no artigo de hoje, separamos além do principal entendimento evidenciamos também, como a mesma pode ser realizada para que alcance as gerações futuras.
Mais do que isso, vimos algumas das iniciativas mais eficazes no que se refere a trazer a atenção das novas gerações para a agricultura familiar.
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