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Safra Cana-de-Açúcar 2024/25 & Preços

Após um segundo semestre de 2024 difícil, a safra brasileira de cana-de-açúcar poderá seguir enfrentando desafios nos primeiros meses de 2025.

por Isadora Araújo – Economista na GEP COSTDRIVERS

Após um segundo semestre de 2024 difícil, a safra brasileira de cana-de-açúcar poderá seguir enfrentando desafios nos primeiros meses de 2025. A última estimativa da Conab para a produção brasileira aponta uma queda de -4,84%, maior em relação à estimativa anterior, mas menos intensa do que prevíamos, considerando o impacto das queimadas que acometeram os canaviais paulistas em ago/24: de -10,29%. Ainda assim, a redução da produção doméstica deverá permanecer impondo dificuldades para o ambiente interno de negócios. De um lado, o produtor busca recompor as perdas causadas pelas secas e queimadas, o que deve se refletir em um decréscimo de -8,8% da produtividade, em comparação à safra anterior. De outro, a demanda pleitea preços mais baixos, após o pico alcançado em nov/24. Isso se reflete diretamente em preços domésticos mais altos, de modo que, entre jan/24 a jan/25 a variação anual do açúcar é de +7,08%.

No cenário internacional, o contexto se mostra menos desfavorável. Apesar da última estimativa do USDA para os estoques globais 2024/25 apontarem para uma redução de -6,09% em relação ao ciclo anterior, quando observado o balanço entre produção e consumo mundiais, a perspectiva é de produção global crescente, +1,62% em relação à safra anterior, e suprindo o consumo global, cujo crescimento estimado deverá se dar em ritmo menor quando comparado ao da produção, de +1,16%. Isso significa que o aumento da oferta tende a acompanhar o aumento do consumo, não deixando margem para que os preços subam a ponto de corroer a renda dos compradores ou gerar ganhos reais para os produtores. Nesse sentido, a variação anual entre jan/24 e jan/25 do preço internacional do açúcar na Bolsa de Nova Iorque foi de -16,43%.

Mais perspectivas para os próximos meses de 2025 deverão se definir a partir de abril e maio deste ano, com divulgação dos levantamentos da Conab e USDA, respectivamente, para a safra 2025/26. Até lá, os preços internos deverão ser determinados pela época de colheita da cana-de-açúcar, a qual, sazonalmente, tende a arrefecê-los.

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